It's brat summer
Com seu sexto álbum, Charli XCX transcende todas as narrativas e entrega um verdadeiro hit.
Eu descobri a Charli XCX em junho, e me encantei. O álbum está sendo considerado o melhor disco pop de 2024. As músicas são bem dançantes, falam sobre a vida de uma party girl que usa bastante as redes sociais - garotas e baladas. Brat é cool, cheio de nuances. O álbum está bombando, é o verão brat! Marcando a volta do neon, da cultura clubber e o indie sleaze dos anos 2000.
Visualmente, “brat” é fluído, despojado, mas bem montado. Charlie usa coletes brancos e meia-calça preta (calças são opcionais), camisetas com slogans grandes e óculos de sol. Resumindo, estamos em 2024 e ainda vagamente nos ano 2000 - afinal, a y2k veio para ficar. Confira aqui.
Mas não é só sobre as roupas e a música. “Brat” se tornou uma atitude, além de uma estética caótica e divertida. O timing é perfeito, pois no ano passado vivemos uma explosão de girlhood com o barbiecore, o quiet luxury, a beleza coquete das clean girls e os shows da Taylor Swift.
Agora, estamos começando a ver uma nova faceta disso, mais sutil, com letras mostrando um lado vulnerável e questões femininas. Ela também canta sobre traumas geracionais, ciúmes. Logo depois da canção sobre pensar em ter filhos, mas também sobre ter medo disso, vem a 365, que é sobre badalar. A justaposição é importante – você pode se preocupar com o futuro e ir dançar.
O disco toca uma geração que está no pós-Covid e em meio a uma crise financeira. Mas também é sobre se divertir de verdade, de uma forma mais equilibrada. O “brat summer” é mais libertador e pode ser interpretado “como você quiser”, e essa hiperpersonalização é exatamente o motivo de seu sucesso.
Toda a campanha é muito propícia para CGU (conteúdo gerado pelo usuário) e adoção cultural. Ter cor e fonte exclusivas foi uma ótima sacada de marketing, e também é autêntico, pois a artista sempre falou em lançar músicas que “gostaria de ouvir em um clube”.
Brat tem inspirado ótimas conversas (e memes) sobre design, maternidade, amizade feminina e como isso se encaixa em sua carreira como um todo, e isso é muito bacana. Em última análise, Brat é um álbum sobre hedonismo e indulgência, e seguiremos vendo marcas e varejistas apostando nesta tendência nos próximos meses.