A era de ouro das redes sociais acabou
As redes sociais surgiram com a promessa de nos aproximar e falharam. O que está acontecendo hoje com elas, e o que as pessoas estão buscando?
Hoje trarei uma edição mais focada em digital. Vou intercalar edições de conteúdo mais pessoais com edições sobre assuntos relacionados ao meu trabalho de agora em diante.
Participei recentemente de um webinar da Dazed muito interessante sobre redes sociais. O foco da pesquisa realizada é na audiência jovem, mas eu acho, particularmente, que os achados se apliquem a outras faixas etárias.
Eu já tinha falado sobre isso e sobre mudanças que ocorreram por causa do TikTok.
As redes sociais surgiram com a promessa de nos conectar e fortalecer laços.
”Mas as pessoas estão mais solitárias, mais desconectadas e os algoritmos nos prenderam em câmaras de eco de conteúdo”. Gabrielle Kaegler
De acordo com o report, as redes sociais tiveram uma influência muito grande na cultura “jovem”. As pessoas as usam para difundir cultura, elas são uma forte influência na nossa vida, afinal, todo mundo passa horas e horas online e nas plataformas.
Nos últimos anos, a mentalidade e os comportamentos mudaram, mudando a paisagem da mídia social. As pessoas estão se tornando mais conscientes e críticas de como grandes plataformas estão explorando seus dados. Recentemente, entramos em um momento de virada de chave, na qual as pessoas estão mais conscientes ou preocupadas com as suas vidas online. A digitalização e automatização da nossa vida só cresce e levanta perguntas. Se formos pensar em Inteligência Artificial, quantas questões éticas e filosóficas teremos que enfrentar?!
Questionamentos sobre a integridade das grandes empresas de tecnologia, a polarização e instabilidade política e novas prioridades, como bem-estar e saúde mental, também somam a esse cenário. Assim como a política - nos Estados Unidos, por exemplo, estão discutindo banir o Tik Tok e aqui no Brasil existem várias discussões para regulamentar as redes sociais.
O tempo que adultos e jovens gastam online continua alto, mas os jovens (me pergunto se são só os jovens) estão diminuindo o tempo que passam nas grandes plataformas. O nível de desconfiança nas redes, nos influenciadores e na publicidade está muito alto.
ALGUNS ACHADOS:
As plataformas copiam umas as outras e têm propostas multifuncionais.
O consumo de conteúdo em vídeo, especialmente dos curtos, disparou e ainda vai crescer (Youtube, Instagram e TikTok).
Os grandes players estão disputando entre si para manter os creators nas suas plataformas.
Estamos vendo mais entretenimento e menos comunicação. Ninguém aguenta mais anúncios.
Além de infotenimento, conteúdo e compras, os jovens estão usando as redes sociais para ficarem atualizados, terem momentos de descontração e inspiração, fazer um diário visual, tentar ganhar coisas grátis ou fazer dinheiro e para se conectar com pessoas.
Cada vez mais pessoas usam a rede social como ferramenta de busca.
Os efeitos negativos do uso das redes sociais (depressão, polarização, distração e adição) estão ajudando a formar um movimento anti-rede social.
E fora do mainstream, já existe uma série de plataformas e apps de nicho, geralmente descentralizadas, que atraem pessoas por identificação, valores e privacidade.
Citando algumas: o próprio Substack, Patreon, Telegram, Poparazzi, Hallo app, Yubo, Gettr, Artifact.
Eu mesma uso essa pela proximidade com as pessoas, por ser algo mais íntimo. Para o futuro da web, os usuários estão buscando mais controle, mais privacidade, segurança e mais informações sobre quem pode acessar ou lucrar com seus dados pessoais. O anonimato e a pluralidade estão em alta.
Em suma, os jovens estão em busca de mais autenticidade, e as marcas que conseguirem criar comunidades e realmente engajar, sem virarem escravas de algoritmos, apostando em outras estratégias para além do social, já estão indo melhor no jogo.
Como está a sua relação com as redes sociais? Compartilha nos comentários ;)