2024: policrise, o papel das marcas e as tendências para o mercado
Lançamento da comunidade no whatsapp, e um resumo do relatório Trend Check 2024, da Trend Watching
Começando o ano com novidades. No ano passado comecei uma pós-graduação em Pesquisa de Mercado e Consumer Insights, e atualmente estou trabalhando em uma empresa de pesquisa, focada em pesquisa quali. Estou muito feliz por já estar atuando na área.
Lancei uma comunidade no whatsapp, sobre comportamento, trends e consumo, que complementa a news. Se você gosta dessa seção, não deixe de participar!
Já enfrentamos duas crises financeiras e uma pandemia. Agora, lidamos com inúmeras catástrofes climáticas e mais tensões geopolíticas, que mudaram e continuarão mexendo com o cenário.
Chegou a hora das marcas agirem e ajudarem seus públicos e o planeta, trabalhando em conjunto para enfrentar os problemas mais difíceis e urgentes do mundo. Sobreviver, escrito junto ou separado, é o que me vem à mente.
Highlights do Trend Check 2024, da Trendwatching
Compreender como os consumidores transferem expectativas geradas por um produto, serviço ou experiência de uma marca para outras é chave, e vai ajudar marcas a definir as expectativas do consumidor ao invés de atendê-las.
Este relatório analisa 15 indústrias, fiz um resumo dos segmentos que me chamaram mais a atenção.
» BELEZA
50% dos millennials em nível mundial e 45% da geração Z estão preparados para abandonar marcas de cuidados pessoais que ficam aquém da sua responsabilidade para com o planeta. Os órgãos reguladores, especialmente na UE e nos EUA, estão avançando em pautas legislativas. À medida que a urgência climática se intensifica, os consumidores rejeitam o greenwashing e a procuram esforços genuinamente impactantes.
Desafio para as marcas: não apenas implementar medidas verdes, mas mostrar claramente como elas são vitais.
» MODA
Brandcare: as marcas assumem um papel mais ativo no cuidado da saúde dos consumidores
Os serviços de saúde atingidos pela pandemia ainda estão sob pressão. Como resultado, as exigências de cuidados superam a oferta, levando os consumidores a procurar outras alternativas para melhorar o seu bem-estar. Metade dos consumidores em nível mundial (49%) espera que as marcas de moda desempenhem um papel na manutenção da sua saúde e bem-estar.
Vários escândalos consumiram a indústria da moda nos últimos anos. Ao fornecer brandcare, as marcas têm a oportunidade de mostrar que realmente se importam. Um dos focos das marcas deve ser o de oferecer produtos e serviços que combinem moda com bem-estar, abrangendo saúde mental e física.
» VAREJO
Os escândalos de greenwashing e a reduflação (tradução livre de shrinkflation) prejudicaram as relações entre consumidores e varejistas.
Eco-iniciativas ganham destaque nas lojas. Para recuperar a confiança, os varejistas devem focar em criar uma experiência de compra física divertida, centrada na eco-educação, que torne os compradores parte da sua jornada contínua de sustentabilidade. Com o futuro do varejo físico ainda em discussão, dar aos compradores um lugar de destaque pode ser muito vantajoso.
» LUXO
Atuando como verdadeiras plataformas culturais, as marcas de luxo estão mergulhando mais fundo no luxo experiencial, mantendo os agentes de mudança cultural no centro.
Ativações físicas cada vez mais importantes: o número de lojas de luxo europeias aumentou 77% (e 11% a nível global), e nelas, exposições e artistas locais transformam espaços de luxo em centros culturais. Além da loja, as ativações de longo prazo que destacam a tradição alimentarão a ideia de que as marcas de luxo não apenas se baseiam na cultura existente, mas também a moldam.
» CONSUMER TECH
Surge a mentalidade CODE-IT-YOURSELF. Desde o boom generativo da IA, as conversas sobre tecnologia têm dominado o discurso público. A adoção de LLMs e softwares de texto para qualquer coisa criou uma nova vontade de brincar e experimentar, e novas ferramentas permitem a personalização liderada pelos consumidores.
Marcas devem convidar seus clientes a (co)projetar e a (re)construir seus produtos e serviços.
» SOCIAL MEDIA
À medida que as empresas de redes sociais recuam no controle de conteúdos e os governos intensificam a legislação sobre a inteligência artificial, pintam oportunidades para as marcas implementarem medidas de controle lideradas pela comunidade, que vão aliviar as preocupações dos consumidores sobre a IA generativa e o alcance cada vez maior da desinformação.
Para as marcas, a rotulagem de conteúdos, informações corretivas de figuras públicas, moderação de conteúdos e uma melhor alfabetização digital podem ser implementadas estrategicamente nas redes sociais e em ativações de marcas, para combater a propagação de informações não verificadas.
Em uma era em que as marcas podem até ser responsáveis pela disseminação da desinformação, como elas irão proporcionar a cura factual? Como incentivar um comportamento de “busca da verdade”?
» SERVIÇOS FINANCEIROS
Disparidades econômicas crescentes, dívidas recordes e o alto custo da moradia endossam o clamor pela educação financeira.
Uma fonte surpreendente de “ajuda” vem do TikTok: a hashtag #deinfluencing, que incentiva consumidores a não comprar, ultrapassou 1 bilhão de visualizações, indicando uma demanda por aqueles que promovem habilidades e conhecimento em vez de produtos.
Embora 80% das pessoas em nível mundial acredite que as empresas devem ajudar os clientes durante a crise do custo de vida, apenas uma fração pequena dos consumidores recebeu aconselhamento dos seus bancos em 2022. Está mais do que na hora dos serviços financeiros irem além das transações e partilharem conhecimento.
Espero que gostem!